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Foto: Ricardo Moraes/Reuters

O renomado técnico Carlo Ancelotti, atualmente no comando da seleção brasileira de futebol, foi condenado pela Justiça da Espanha a um ano de prisão por fraude fiscal cometida em 2014, período em que treinava o Real Madrid. A decisão foi divulgada nesta terça-feira (9), pela Audiência Provincial de Madrid, e inclui ainda uma multa superior a 386 mil euros (cerca de R$ 2,3 milhões na cotação atual), além da proibição de receber incentivos fiscais ou subsídios públicos por três anos.

O que levou à condenação?

O processo teve como base a omissão, por parte de Ancelotti, de valores recebidos por meio de direitos de imagem — um tipo de contrato comum no futebol europeu. Segundo o Ministério Público espanhol, o técnico não declarou cerca de 1 milhão de euros ao fisco em 2014. Esses valores teriam sido direcionados a empresas situadas fora da Espanha, como no Reino Unido e nas Ilhas Virgens Britânicas, que, na prática, não prestavam serviços reais. O objetivo, segundo os promotores, era ocultar parte da renda e evitar o pagamento de impostos devidos.

A versão de Ancelotti

Durante o julgamento, que ocorreu entre os dias 2 e 3 de abril deste ano, Ancelotti negou qualquer intenção de burlar a lei. Em sua defesa, afirmou que confiava nas orientações de seus assessores fiscais e do próprio Real Madrid, que à época o ajudou a montar a estrutura contratual. O treinador declarou ainda que regularizou espontaneamente a dívida com o fisco espanhol em 2021, o que contribuiu para a pena ter sido menor do que a inicialmente solicitada — o Ministério Público pedia até quatro anos e nove meses de prisão.

Prisão será cumprida?

Embora a condenação seja real, a legislação espanhola prevê que penas de até dois anos de prisão para réus primários e não violentos possam ser convertidas em medidas alternativas, como pagamento de multas adicionais ou serviços comunitários. Ou seja, é muito provável que Ancelotti não vá para a cadeia, o que já ocorreu com outros nomes de peso do futebol, como Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, também condenados por fraudes fiscais semelhantes no país.

Consequências para a carreira do treinador

Até o momento, nem a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), nem representantes de Ancelotti comentaram oficialmente o caso. Internamente, a expectativa é de que a condenação não interfira no comando da seleção brasileira, que se prepara para disputar a Copa do Mundo de 2026. A imagem pública do treinador pode sofrer algum desgaste, especialmente na Europa, mas seu trabalho à frente da equipe brasileira segue sendo considerado estratégico.

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