
Nesta quinta-feira, 17 de julho de 2025, um dia antes da Polícia Federal realizar buscas na casa de Jair Bolsonaro, seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, deixou o Brasil com destino à Europa. Passageiros relataram que ele embarcou às 17h10 de Brasília no voo TP58, confirmando posteriormente seu desembarque em Lisboa na manhã de sexta-feira, 18, conforme registrado pela Agência Brasil .
A assessoria de imprensa de Flávio confirmou que o senador está em viagem por conta do recesso parlamentar, mas não revelou detalhes sobre o destino final ou compromissos previstos na Europa . O episódio evidencia o momento tenso vivido pela família Bolsonaro, que lida simultaneamente com questões judiciais e movimentações públicas.
Enquanto isso, a Polícia Federal cumpriu na manhã de sexta dois mandados de busca e apreensão em endereços do ex‑presidente Jair Bolsonaro em Brasília. A operação visou coletar documentos e valores suspeitos — foram apreendidos dólares e outros documentos, além de equipamentos eletrônicos —, e ocorreu concomitantemente à colocação da tornozeleira eletrônica no ex-presidente, em cumprimento à decisão do ministro Alexandre de Moraes .
A decisão de uso de monitoração eletrônica envolve restrições à liberdade de Jair Bolsonaro. Ele está proibido de usar redes sociais, se ausentar da comarca do Distrito Federal, manter contato com investigados e permanecer fora de casa entre 19h e 6h. As ações do STF visam evitar riscos de fuga ou risco à investigação .
Nas redes sociais, Flávio Bolsonaro reagiu com apoio ao pai, denunciando a situação como uma tentativa de silenciamento. Publicou a mensagem: “Fica firme, pai, não vão nos calar!”, expressando indignação e repúdio à operação . Essa postagem ecoou entre correligionários bolsonaristas, que classificaram a ação como “humilhação”.
Especialistas em Direito apontam que a coincidência entre a viagem de Flávio e a operação contra Jair Bolsonaro reforça preocupações sobre a articulação familiar em meio ao processo legal. Ainda assim, a defesa da família sustenta que se trata de uma viagem particular, compatível com o recesso de rotina do Senado.
Do ponto de vista político, o episódio amplia o clima de tensão entre Poderes, suscitando interpretações divergentes. Aliados avaliam que medidas como busca e apreensão e tornozeleira representam abusos; opositores afirmam que são demonstração da independência do Judiciário e da força das instituições em manter o Estado de Direito.